terça-feira, 24 de agosto de 2010

CUIDADO COM AS PEGADINHAS NAS QUESTÕES DE RACIOCÍNIO LÓGICO

Questão de raciocínio lógico: Se dois é ímpar, então Recife é a capital do Brasil. Verdadeiro ou falso? Se sua resposta foi "isso é totalmente errado", melhor ter cuidado! Provavelmente você perderia um ponto valioso num concurso público. Isto porque a sentença é verdadeira e pode facilmente cair nas provas de seleções públicas.

Voltando à frase acima, perceba que o uso do "se" e do "então" definem a veracidade da questão. Quem explica é Jairo Teixeira, professor de raciocínio lógico dos principais cursos preparatórios do Recife. Segundo ele, como a primeira afirmativa é falsa e a estrutura da frase é condicional, não importa a afirmação da segunda oração, a sentença se torna automaticamente verdadeira. Ou seja, como dois não é ímpar, então Recife pode ser qualquer coisa. Embora cada sentença, isoladamente, seja falsa, a estrutura composta é verdadeira. A lógica do discurso está correta.

"As pessoas pensam que podem fazer as provas de raciocínio lógico sem estudar, que são questões em que basta usar um pouquinho de dedução e pronto. Só que existem vários tipos de lógica e, nem sempre, o caminho mais óbvio é o correto. Na sentença acima, por exemplo, o que importa é a estrutura da frase e não o conteúdo", explicou o professor. Ou seja, a banca julgadora dos concursos não quer sabe se você sabe que dois é um número par. O que se planeja, com este tipo de "pegadinha", é perceber a capacidade de entendimento do discurso, a rapidez de raciocínio, a percepção e a criatividade do candidato.

Poucos sabem, mas há três subdivisões do raciocínio lógico. A primeira é a lógica matemática. As questões pedem conhecimento de analise combinatória, probabilidade, matrizes, funções, e até geometria. Tem a lógica proposicional ou filosófica, que estuda a estrutura do discurso, proposições e a contradição. E, por fim, a lógica psicotécnica, que avalia a percepção, a criatividade e a atenção dos futuros servidores.

"É complicado. As pessoas não têm intimidade com o assunto. Não existe raciocínio lógico nas escolas e poucos cursos universitários contemplam a área. E a dificuldade aumenta quando os editais não definem programa para as provas de lógica. Quem está estudando em casa fica perdido", ressaltou Teixeira. A solução, diz o professor, é analisar os testes anteriores da organizadora que deverá realizar o concurso pretendido. Jairo adianta: "As provas da Esaf pedem uma matemática mais pesada, com trigonometria e sistemas de equação. A Cespe enfatiza a lógica proposicional e a Fundação Carlos Chagas costuma colocar um grande número de questões psicotécnicas".
As dicas já estão sendo seguidas por Daniella Santana, que se dedica a concursos há um ano e planeja uma vaga no TRE. Segundo ela, o raciocínio lógico é o seu maior trunfo, pois não são todos os concurseiros que têm facilidade no assunto. "Eu sinto verdadeiro prazer em resolver as questões de lógica. Acho uma diversão. Mas o treino é tudo, porque senão você perde muito tempo e, em um concurso, não podemos abrir mão nem dos segundos". Para ficar afiada, Daniella tem um hábito simples: responder questões de revistas. "Tem a Coquetel, vendida em todas as bancas, que traz várias questões. Como é mais fácil do que pegar as provas anteriores, posso resolver nas horas vagas", explica. 
 
FONTE: DIÁRIO DE NATAL COM INFORMAÇÕES DO DIÁRIO PERNAMBUCANO

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